quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Patrick Freitas: a arte de versar emoções

Patrick Freitas: a arte de versar emoções

A vida nos rodeios começou cedo - muito cedo. No rodeio dos Praianos, aos dois anos de idade, Patrick Freitas já circulava com seu pai, guiando a pequena bicicleta e maravilhado com aquele mundo que, mal sabia, seria o seu. Hoje, aos 33 anos, o narrador de rodeios natural de São José/SC coleciona histórias e, mais importante, amigos.



O filho de dona Neide Zila Ferreira e do seu Luiz Fernando Freitas é também pai da pequena Cecília Hildebrand Freitas, e casado com Camila Passos Hildebrand Freitas. O homem que roda o Brasil por todos os rodeios tem na família seu porto seguro. "Rodeio é uma das paixões do Patrick - ele realmente ama o que faz, gosta de estar lá e principalmente estar ao lado dos seus amigos. Sempre que posso acompanho nas viagens, sou sua fã numero 1", elogia a esposa Camila. "Nós todos aqui de casa apoiamos seus sonhos e torcemos para que todos se realizem". 

Sonhos que Camila ajudou a realizar: em agosto de 2013 descobriu que estava grávida, e para surpreender o esposo, foi em uma loja de artigos gaúchos e comprou uma alpargata (a menor que havia) e entregou a Patrick onde ele trabalhava. A reação foi imediata, o choro emocionado seguido das palavras "VERDADE, AMOR?". Justo ele, o narrador profissional, ficou sem mais palavras. E Cecília, grande fã do papai, esperou que voltasse do rodeio de Santa Maria para nascer. "Fomos buscar ele no aeroporto na segunda-feira e na terça-feira seguinte, ela nasceu", nos conta a mãe, Camila. "Ele sempre foi e é um pai muito dedicado... troca fralda, dá banho, faz comida... realmente um paizão! A Cecília tem uma adoração pelo pai, chega a ficar doente quando viaja." 

Desde sempre andou a cavalo com seu avô paterno, Milton Freitas, hoje com 84 anos. Depois das idas com o pai até os rodeios, a semente estava bem plantada, até que com 16 anos de idade iniciou sua carreira de narrador - de uma maneira curiosa. Em um treino de laço, em Santo Amaro da Imperatriz, Antônio Bueno narrava os treinos e precisou sair por alguns momentos, pedindo a Patrick a chamar uma planilha. A primeira narração aconteceu de surpresa.



Patrick conta que tem vários narradores que serviram de modelo, aprendendo um pouco com cada um. Mas quem o inspirou a querer seguir nesta profissão foi Ivan Duarte, também de São José. "Quando ouvi ele narrando, da maneira que ele fazia... bom, foi o que me motivou a ser quem eu sou, a fazer o que faço hoje", relembra Patrick. No caminho que se seguiu, foi conhecendo outros grandes narradores, prestando atenção os diferentes modos de trabalhar de cada um. Nilson Hoffman, Marreca, Xiru, Raul Bittencourt, Sassa e Neco são alguns que lhe serviram de inspiração e aprendizado.

Aprendizado que se transforma em gratidão, virtude que também faz parte deste grande narrador. Lembra e elogia com muita ênfase quem lhe ajudou no inicio, e quem lhe abriu muitas portas para a narração - como Xuxa, e o primeiro rodeio que narrou no Rio Grande do Sul, em Campo Bom, onde Joelson Ramos lhe convidou a participar, e também Eneron dos Santos, que lhe levou para narrar em Osório.

A viagem é uma constante: já rodou muitos estados, como Parana, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e outros, Mas mesmo já tendo passado por um bocado de rodeios, suas metas e planos são passar por mais alguns tantos que ainda não teve oportunidade, por conta de conflito de datas. Patrick narra em torno de 30 rodeios anuais e tem como sua principal característica o conhecimento dos reservados e ginetes - pode ser chamado de enciclopédia da gineteada, pois dentro da cancha entre ginetes e aporreados, "sabe muito".




Nessas andanças, o que Patrick mais guarda são as amizades boas que vai fazendo ao longo de sua trajetória. "E é isso que quero sempre, amigos e grandes amigos que fiz por causa dos rodeios", pondera. Agora o "narrador enciclopédia" concilia também o trabalho de leiloeiro rural, sempre com a vista nos rodeios. "Gosto muito de estar com os amigos nos rodeios de finais de semana, das boas conversas, das histórias que vamos conhecendo de cada um... Olha, para te resumir é bom demais tudo isso!". Parar? Nem pensar. Com o apoio e carinho da família, Patrick só pensa em seguir como está: filho, marido, pai, amigo e grande profissional. O menino que acompanhava o pai nos rodeios ainda tem muitas emoções a narrar. 



Alex Ribas (Xuxa), Tropilheiro - Tropilha Praiana

Meu compadre, grande amigo, eu que tirei ele pro mundo, São Paulo, Mato Grosso, Herval, Vacaria, um exemplo de pessoa, um grande profissional, dedicado no que faz, por essa dedicação tomou conta dos maiores rodeios, ele com certeza hoje é o número 1 dos narradores da gineteada.

Darci Renato Petim, Ginete

O Patrick está no top do ranking dos melhores narradores. Ele tem seu estilo próprio, dono de uma voz invejável, está sempre inovando. A cada rodeio que passa está sempre ficando melhor, procura sempre fazer uma coisa diferente. Ele conhece gineteada e conhece os ginetes, o que faz dele um profissional diferente. Além disso é um grande amigo, já estivemos juntos em muitos rodeios pelo Brasil todo. É um grande incentivador.

José Bernardo, Amadrinhador

Hoje é o homem mais profissional na nossa ginetada, um homem que conhece o passado e o presente de todos os ginetes, isso te da um apoio mental quando cavalo está no palanque e passa emoção pra o público, ele emociona as pessoas, eu sou fã dele.

Felipe Felix, Ginete

Tchê pra mim uns dos melhores narradores, não só narrador como pessoa um baita ser humano. Quanto ele tá narrando, botando pressão, passa uma vontade de ginetear.

Rodrigo Pinheiro, Tropilheiro

Bom narrador, uma voz estupenda e carismático.                  
Um dos grandes da arte do microfone.
Essa arte da narração é pra poucos, pois tirar de dentro da pista a emoção que contagia a arquibancada não é facil e nisso o Patrick é mestre.

Leandro Bittencourt, Ginete

Um dos melhores narradores de rodeio que eu pude conhecer, um cara profissional no que faz, com uma personalidade enorme e uma criatividade impressionante!
Um cara que conhece quase todos os ginetes e cavalos e suas histórias e acredito que isto o faz diferente dos outros, além disso uma pessoa buenisima amigo dos amigos e alegre!
Sempre que ele vem narrar rodeios aqui tenho o prazer de receber ele em minha casa.

Artur Padilha, Ginete

Falar do Patrick é fácil, foi um dom que Deus deu pra ele, uma voz bonita, uma pessoa que se dedica só a gineteada, conhece a história de ginete, de cavalo.
Vem demonstrando seu talento a cada final de semana, pois vem narrando os maiores e melhores rodeios do estado, e todo mundo quer cair no seu palanque para ser narrado.
Ele é diferenciado no microfone!

Rafael Lima, Ginete

Considero o narrador mais técnico sobre gineteada, o mais consciente sobre o assunto.
Um representante do ginete, ele ajuda a cada um, valoriza os novos e as novas revelações.
Quem luta por nós merece todo o respeito.

Mateus Schimit, Avaliador e Organizador

Falar de Patrick Freitas, é falar de um ser humano com uma voz privilegiada, um timbre diferenciado, e assim o rapaz de são José soube aproveitar com muita competência e profissionalismo o dom que recebeu.
Hoje em dia o narrador mais requisitado no sul do país, tendo em seu currículo vários e vários rodeios renomados, Patrick além de ótimo narrador é conhecedor das palavras em que está passando aos espectadores das provas as quais trabalha.
Particularmente um amigo que os rodeios me deu, um exemplo para as próximas gerações, um amante dá arte dá gineteada.








Um comentário:

  1. Eu tive a oportunidade de trabalhar com o Patrick em Vacaria 2016,por eu ter deixado as canchas só ouvia falar do narrador de SC que estava se tornando famoso nos rodeios do RS, bueno deu par ver em um rodeio que temos a mesma visão de cancha,se eu seguisse nas canchas daria uma dupla afinada com certeza.forte abraço Patrick

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